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Morro do Tronco - Serra do Palermo

  Domingo não inteiramente disponível para fazer algo que estivesse na lista de prioridades, e havia interesse do Jean em alcançar um cume na Serra do Salto, mas que teve que ser adiado. Eu já havia meio certo de acompanha-lo naquele, e topei ir em algum outro que ele quisesse, já que acho que seria bom acompanha-lo em pelo menos 2 vezes em uma temporada, sendo que a anterior foi no último domingo, no morro adjacente ao Pirizal. Escolhemos ir no Morro do Tronco, o próximo ao norte do Morro Descalvado na Serra do Palermo, em Mandirituba.
 A caminhada iniciou entrando por uma plantação de Pinus e fazendo toda a aproximação até o morro. Por satélite era visível algumas estradas que cortam a plantação, uma se aproximando ao cume mais ao norte e outra mais ao oeste, sendo que ele optou usar a mais ao norte. No final dela uma trilha entra mata a dentro, possuindo algumas bifurcações que geralmente não levam a nada, até chegar um ponto onde ela segue adiante e há uma discreta abertura para a direita, já onde seria cômodo pegarmos essa mesma direção rumo ao cume. O começo aberto logo torna-se fechado, sem sinal de trilhas, onde o facão foi empregado por um bom tempo aumentando minha expectativa de tempo até o cume, com a vegetação alternando entre taquarais, bambuzais e pinus. Já próximo ao cume, a aproximação é facilitada pelo resto de uma estrada entre os pinus que o contornava, até cortarmos caminho e chegarmos ao último descampado próximo ao cume, uma laje de pedra, distante poucas dezenas de metros do cume final, onde também demos uma passada rápida, embora fosse encoberto.
 Mas para o nosso azar, embora o dia prometesse um céu com poucas nuvens, durante toda a aproximação nos questionávamos quando a névoa intensa ia partir. Era 10:30 quando chegamos ao último descampado e estranhávamos o quanto ela persistia, embora o quão baixo fosse o morro. Decidimos esperar uma hora por ali, que foi quando também demos uma passada no cume, retornamos e esperamos o resto do tempo, quando só por curiosidade resolvi erguer o drone para dar uma olhada. Eu observava a névoa ainda muito densa e cercando quase completamente o cume, e apenas uma janela oscilante de cerca de 90º ao nordeste, onde tirei algumas fotos, mas que ainda só dava pra ver parte do solo á diante. Mas vale ressaltar que dali, mesmo com o tempo aberto, era bem provável que nada ao redor pudesse ser visto, devido a altura da floresta ao redor, talvez um pouco ao leste, na direção do Araçatuba.
 Resolvemos partir e o Jean citou sobre uma possível janela ao oeste, próximo cerca de 100 metros do nosso caminho percorrido na volta, que seria de fácil acesso e que é inclusive maior que aquela em que estávamos, embora fosse mais de 20 metros de altitude abaixo do cume. Eu demonstrei sincero desinteresse, pois pelo que eu a névoa mais densa que eu via com o drone logo antes era ainda pior naquela direção, e já havíamos aguardado bastante no cume. O quão decepcionante foi, ao chegar em um descampado nas plantações de pinus lá em baixo, já cerca de 40 minutos depois, e ver todo o morro limpo, com céu azul, e uma clara visão daquele mirante bem destacável e com visão liberada ao oeste. Senti uma certa culpa em não ter simplesmente aceitado e ido lá quando ele havia sugerido, embora que pensando melhor, seria provavelmente tão rápido chegar, já que por satélite os pinus parecem formar um caminho até ele, que talvez chegássemos antes da névoa sair e logo partido, daí então se arrependendo de não termos parado novamente ali, coisa que com certeza não faríamos. Não seria uma vista deslumbrante, mas seria alguma, o mínimo que se espera de uma trilha com emprego do facão e algumas espetadas em inesperados caraguatás. 
 Mas o pior foi ter tirado o bendito óculos EPI que eu usava mesmo na volta já com a trilha que abrimos boa, quando em certo ponto próximo ao final e com o óculos um pouco embaçado, resolvi tira-lo, quando acabei encostando um simples galho com folhas no meu rosto enquanto o afastava, onde algum galhinho ou folha acabou pegando no meu olho direito e causando forte dor. O incomodo se estendeu durante o domingo, acordando hoje no dia seguinte com ainda mais dor e custando uma visita ao Oftamologista e dois colírios, sendo um deles antibiótico. Lembrete fortíssimo, mesmo já temendo e utilizando bem tal EPI, de que ele é indispensável em qualquer trilha onde haja um galho na minha frente. Isso que foi um punhado de folhas leves e galhos frágeis que simplesmente depositaram uma sujeira no olho direito. Se fosse uma taquara rebelde ou a agulha de um caraguatá, provavelmente ele sairia pendurado no meu globo ocular.