Há três pernadas rio acima que eram indispensáveis para mim nesta temporada de verão: O Salto Cantagalo, as Quedas do Rio Ipiranga, e o Salto da Costela. O Cantagalo foi o primeiro a ser alcançado, como uma boa primeira experiência no tal do "aquatrekking" e logo devo escrever sobre, e ontem foi a vez do Salto da Costela, outro que quase escapou mais uma vez devido á previsões incertas - é um percurso que eu fazia muita questão de pegar em um dia ensolarado, seja pela luz solar que redobra a beleza do seu cenário, tanto pelo desinteresse em se preocupar com trombas de água.
Na companhia de dois já "de casa", o Alex e o Jean, iniciamos a caminhada 7:30 ao final da estrada em direção ao Rio Miranda, ao qual pertence o nosso destino. O proprietário da última casa pode negar o acesso através de sua propriedade, sendo talvez necessário usar algum córrego anterior para chegar até a barragem do Rio Miranda. Dali em diante, é cerca de 1.6km de zig-zags pelo curso do rio, já passando por diversas piscinas naturais de verde cristalino e algumas cachoeiras menores - mas desde já compensadoras - para chegar até uma bifurcação entre rios. Pegamos a entrada a esquerda, com intenção de ir até a cachoeira mais próxima dali, que já é bem próxima. Acima delas há algumas outras, que até avançamos um pouco em sua direção, na intenção de fazer trajeto semelhante ao já realizado antes, que chegaria no Salto da Costela através deste afluente. Mas em direção ao topo da serra, o tempo ameaçava piorar para o restante da tarde, e cientes de que este caminho iria demorar mais do que pegar a direita naquela bifurcação anterior, resolvemos retornar e tomar aquele rumo. Logo no começo do retorno, duas vespas escolheram o Jean como alvo, e ele que já estava satisfeito com o dia, desinteressado em chegar ao Costela e disposto a aproveitar melhor as cachoeiras do trajeto feito até então, resolveu retornar.
Assim, em companhia do Alex, seguimos rio acima em direção ao nosso objetivo, onde o cenário foi se tornando mais desafiador. Se até a bifurcação havia diversos trechos de rápida progressão e baixa dificuldade, que me surpreendia por ser até mais fácil do que a recente ida ao Cantagalo, da bifurcação em diante a progressão começava á preocupar, principalmente em vista da formação de nuvens que continuava serra acima. A subida das rochas exigia mais esforço, tornava-se mais difícil identificar uma escalada segura, com os paredões nas laterais dificultando atalhos fora do rio. Em uma das cachoeiras anteriores á chegada ao destino, foi uma fita branca em uma das árvores em sua lateral esquerda que cantou a bola á respeito de sua mais adequada rota, que visto de baixo, nos preocupou pelo nível de risco que parecia apresentar, mas fomos confiantes de que esta era sem dúvida o caminho certo. Para transpassar esta cachoeira, a plataforma na sua esquerda (onde estava a fita) era acessada por uma parede de rocha, com aproximadamente 60~70º de inclinação, e sem muito apoio para os pés inicialmente, coisa que dificultou um pouco nossa descida posteriormente. Logo após esta parede, subir o restante até a parte superior desta cachoeira era mais tranquilo do que aparentava, com esta plataforma formando uma "escadaria" suficientemente aderente adiante. Um pouco mais acima, e um tanto despretensiosamente vimos o Salto da Costela logo a frente, quando vibramos com nossa chegada ao destino. Foram 5 horas para chegar, considerando a curta investida no afluente esquerdo.
*O Salto da Costela é supostamente erroneamente chamado de Salto da Velha



























