A Serra do Salto está localizada na área rural de São José dos Pinhais, ao leste da praça de pedágio da BR-376. Alguns de seus atrativos são relativamente conhecidos, como as Cachoeiras do Panagro, o Saltinho da Malhada, a Cachoeira dos Ciganos, e o Morro Redondo, mas a Serra possui a maior concentração de morros por km² da região. Vários deles não possuem mirantes e cumes abertos (como o "6" e provavelmente o "8"), vários também são acessados por estradas abertas em meio aos vales da serra (como o 1 - o maior em altitude desta serra, o 2, o 3 e o conhecido como "Fazenda Paulistinha"), e alguns possuem trilhas mas que partes de áreas particulares (como o Pedra Branca, o Campininha e provavelmente o Morro da Cruz). Há também uma grande cachoeira, uma das maiores do sudeste paranaense, mais ao nordeste da serra, mas sem trilha até sua base.
É uma região curiosa, que parece não chamar muito a atenção da maioria dos montanhistas, mesmo os mais aficionados. No Google, as únicas menções á esta serra são do blog Caminho do Arraial, e de um artigo científico que trata á respeito de uma nova espécie de sapo descoberta nesta serra. Eu já havia conhecido o Saltinho da Malhada, o Campininha, as cachoeiras do Panagro e o Morro Redondo, mas considero a minha recente ida até lá como a minha "primeira" de uma certa ênfase em conhecer esta serra. Alguns lugares irei revisitar, para ir até um cume mais além do Morro Redondo, e também ao cume real do Campininha. Muitos desses lugares são bons para encaixar como trilhas de fins de tarde dos meus sábados.
Neste sábado 5 de novembro, acessei a estrada de chão que dá acesso ás já citadas estradinhas nos vales entre os morros da serra. Informei em uma das casas antes de um dos portões se o acesso era liberado, e ao contrário das placas, fui informado que é liberado. Caminha-se entre o Morro da Cruz á esquerda, e a Pedra Branca á direita, passando por mais 2 portões até chegar na parte onde dividem-se as estradas da esquerda, e as da direita. Pegadas de cavalos estão por toda a parte. Pegando á esquerda na bifurcação, chega-se mais adiante á uma trifurcação, onde á frente chega-se mais diretamente aos cumes 1 e 3 da serra. Á direita chega-se á um cume vizinho ao 3, bem rapidamente - menos de 10 minutos em bom ritmo, e que fui ao final da tarde, embora já estivesse encoberto por nuvens. Á esquerda na trifurcação, chega-se ao cume 2, e também á um ótimo mirante de Curitiba e São José dos Pinhais, á beira da estrada. Optei por ir reto com o foco em conhecer o 1 - o maior desta serra, mas dei bobeira em deixar de conhecer o 3 que estava sem nuvens e logo ao meu lado, e fui no final de tarde junto com o seu vizinho citado acima, quando ambos estavam encobertos. Indo em direção ao 1, a visão que até então era pouco recompensadora começava á ficar interessante, com mirantes á beira da estrada e uma perspectiva interessante do Campininha e da baixada do Saltinho da Malhada. O 1 estava logo á frente, e sobrava a dúvida á respeito da possibilidade de uma mata bem fechada até seu cume, que logo se mostrou o contrário: diversas trilhas aparentemente de animais de grande porte, semelhantes com as encontradas em parte da Serra da Bocaina, tornaram a chegada ao cume demasiadamente fácil. Um marco geodésico marcava a posição evidente do cume, e haviam dois mirantes próximos, um para o norte, e outro para o oeste. Vale citar que, como mostram imagens de satélite, até no mínimo Setembro de 2019 não haviam estas estradinhas que levam até os cumes do 1 e do 3, e assim, chegar até eles demandava bem mais esforço num passado recente. Após ele, contornei o morro 2, seguindo a estrada até chegar á face "oposta" do Morro da Cruz, e fui conhecer o 3 e seu vizinho. Retornei ao carro já noite á dentro, após 13km de caminhada e mais de 500 de ganho de elevação acumulada. Ainda serão algumas boas idas á misteriosa Serra do Salto até serem suficientes os locais alcançados.

































