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Pedra da Bigorna - Campina Grande do Sul



 Um rolê simples, que escapou das minhas mãos duas outras vezes quando me aproximei dos Capivaris e com densas nuvens que se lançavam sobre esta serra, me fizeram retornar e me optar pelas alternativas. A vingança foi servida com um final de sábado com a previsão tão limpa, mas tão limpa, que provavelmente um novo tom de azul seria descoberto naquele céu e naquela tarde.
 Alguns colegas alegaram trabalho, e outros nada disseram, talvez, a travessia dos 5 Capivaris, encerrando-se justamente no Capivari Grande, tenha feito eles terem subconscientemente não se animarem tanto á ver novamente aquele cume cuja descida parecia não ter fim á aquela altura, e ainda mais tendo que subir em parte.
 Como em outras vezes, eu adianto parte da subida parando o carro no canto de uma entrada para uma propriedade já á certa altura da estradinha, mesmo que, com jeitinho, o carro fosse até as antenas. Acho que minha preocupação acaba sendo dar de cara com outro veículo da mesma altura, de carro "normal", no sentido oposto e no meio da subida, ter que dar ré por ser o com mais facilidade á isso, e pagar o pato tendo que me jogar em algum lugar ruim pro colega passar. Mas afinal, estou lá pra fazer trilha, e esta caminhada monótona ao menos aquece - e como - com aquele sol assando minha nuca branquela. O dia foi convidativo para algumas outras pessoas que subiram com suas motos e SUVs até o Morro das Antenas, com um SUV em particular sofrendo bastante na mão da mecânica japonesa.
 Toco para cima, pois a intenção não é chegar com luz fraca na Bigorna, e certamente ele seria rapidamente sombreado pela crista que leva ao cume do Capivari Grande. Tracklogs mostravam duas trilhas que iam até lá, uma mais abaixo, que se inicia no penúltimo falso cume antes de se adentrar á parte encoberta da trilha do Capivari Grande, e outra, que parte metros antes desta tal parte encoberta. No Google Maps a de cima era visivelmente mais pisada, e a de baixo só era mais visível o começo e o final. Resolvi ir pela de baixo, e voltar pela de cima. Na de baixo, havia bem mais trechos com um leve banhado, e alternava-se diversas vezes com solo rochoso e úmido, com uma água lentamente vinda de cima, e que por si só não tornava a pedra muito lisa, mas as vezes uma vegetação que ficava sobre ela o tornava, ao se desprender da pedra. A chegada á Pedra da Bigorna levou cerca de 1:30h, em ritmo médio, devido ás paradas necessárias pelo sol. Ao chegar próximo á Pedra, cruza-se com o início do outro caminho, e logo chega-se ao destino, escondida após um trecho de vegetação mais alta. Para subir, é necessário certa atenção, pois se desce por algumas raízes e pedras, até chegar numa parte mais baixa, e escala-la com o apoio da rocha vizinha. 
 Retornei pela trilha de cima, tendo sido necessário obviamente subir um pouco mais antes de iniciar a descida. Recomendo a trilha de baixo sob condições de ausência de chuva recente ou climas um pouco mais cedo, pois pode ser um pouco mais perigosa, nada necessariamente fatal, mas algo que pode gerar uma queda e possível torção eventualmente. A de cima, ainda que de um solo que retenha bastante água, não passa por trechos de solo rochoso como o outro. 
 Neste dia, um incêndio atingiu o Morro da Pedreira, já visitado, infelizmente afetando aquela bela paisagem, já castigada, que possuía. Foi a primeira vez que presenciei um incêndio num ambiente de montanha, uma cena impressionante e lamentável de se ver.






Serra da Virgem Maria


Morro da Pedreira, já em chamas



Serra da Bocaína, do mesmo local onde eu a vi pela primeira vez


Falso cume onde inicia-se a caminhada na direção da Pedra da Bigorna

Capivari Mirim

Caminhando rumo ao objetivo


Serra do Ibitiraquire visto da Pedra da Bigorna. Ao lado esquerdo dela, bem mais ao fundo, Torre da Prata




Morros da região de Antonina/Guaraqueçaba ao fundo, quase todos com cumes cobertos por floresta

Pedra da Bigorna vista durante o retorno, na crista que leva ao Capivari Grande