
Ao conhecer a Torre do Palermo em 2020, os pequenos morros ao redor chamaram muito a atenção por formarem uma sequência bastante chamativa de exploratórias, como também pelo palpite certeiro de que são quase que completamente desconhecidas pelo montanhista médio. Dentre muitos outros cumes á se fazer, acabaram sendo adiadas, e conforme fui observando suas imagens por satélite, ficou claro que daqueles morros no sentido do Araçatuba, nem todos teriam vista do seu cume, na verdade apenas os 3 pequenos morrinhos já mais próximos do centro de Tijucas do Sul, e outro - quase perfeitamente ao leste da torre, que é também o maior desta serra. Eventualmente, surgiram tracklogs que levavam ao maior dos 3 morrinhos citados, onde haveria trilha marcada e serviria sobretudo para levar até um ponto para a prática de escalada.
Mas ao sul da torre havia outro morro, não muito distinguível naquele fim de tarde, e que é o mais "pelado" desta serra, recebendo assim o nome de "Descalvado" ou também "Queimado". Ele eventualmente também passou á ter tracklogs que seguiam por um determinado caminho, evidenciando também uma trilha demarcada. Com vários domingos em que o clima não coopera para ascender algumas das grandes montanhas que restam na serra, os finais de tarde de sábados continuam sendo uma alternativa para manter ao menos o treino aeróbico em dia.
O seu pequeno ganho de altimetria me fez considerar fazer aquele morro ao sul, e talvez ainda o Morro da Lagoinha, da Serra do Cabral, no mesmo fim de tarde. Eu acabei menosprezando a distância da trilha do Descalvado, que faz um grande "S" para chegar até o final, como também não considerei pontos de trilha um pouco mais fechada, e um certo empenho para chegar até um ponto um pouco mais alto.
Chegando no suposto começo da trilha, que imaginei ser simplesmente á beira de uma estrada de chão, que na verdade era uma propriedade particular com muitas placas e cães soltos, e ninguém em casa. Fui até uma outra propriedade logo antes, mas novamente, aparentemente ninguém estava lá. Eis que um carro aparece na estrada, e com muita estranheza seus ocupantes me olham, com certeza supondo ser alguém ou com más intenções, ou com o intuito de tornar sua tarde de sábado desagradável de alguma forma. Eles vão em direção á aquela propriedade, e logo chego para pedir o acesso. Eles permitem, mas com certa incerteza, supostamente temendo que não houvesse tempo suficiente para ir e voltar enquanto é dia.
O caminho começa na ruazinha de chão ao lado da casa, passa perto de uma pedreira, e mais adiante, surge uma bifurcação em Y que separa esta rua á direita, com uma subida com solo rochoso á esquerda, onde a trilha em si começa. Logo a trilha torna-se cada vez mais estreita e encoberta, com trechos onde bambuzais passaram á demonstrar sua baixa frequentação. Mais adiante, largas fitas vermelhas passaram á surgir em pontos específicos da trilha, para evitar pontuais enganos e mostravam uma preocupação em torna-la minimamente acessível. Quando começa-se á fazer o primeiro "contorno", a trilha melhora consideravelmente. No próximo contorno, chega-se á primeira área mais descampada acima. Ali toma-se enfim a direção rumo ao cume, mas novamente entrando em trilha coberta, passando por um pequeno córrego e chegando á um enorme abrigo de pedra, com restos de uma fogueira, e que forma outro mirante. Contorna-se um pouco mais este abrigo, e a trilha segue. Logo já se chega novamente em áreas descampadas, de onde mais acima os outros cumes da Serra do Palermo já são visíveis, com destaque para os três morrinhos ao sul. Ali eu noto uma formação de pedra ao sudeste, mais alta, e que poderia fornecer uma boa visão. Tive certa dificuldade em achar uma passagem segura para subir. Ao chegar ao lado dela, percebo que é alta demais para escalar, e me contento com uma rocha lateral. Mais tarde, uma passadinha na Cachoeira do Guapiara, já que estava no caminho, e é de acesso quase instantâneo.






















