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Morro da Bandeira e Cachoeira da Praia Vermelha - Penha

 

 Previsão do tempo pessimista para qualquer pernada em território paranaense, mas o vizinho ostentador tá chamando pra jantar na casa dele. A previsão de Joinville até Bombinhas prometia sol com nuvens ou com poucas nuvens, dependendo local e horário, e como tinha algumas coisas para fazer, esse foi o roteiro do penúltimo domingo de agosto. Santa Catarina é repleta de morrinhos ao decorrer da BR 101, mais especificamente no trajeto entre Balneário Piçarras e Tubarão. Para um montanhista, percorrer esse trajeto pela primeira vez chega á cansar os olhos de tantas montanhas no horizonte e ao redor, mas a verdade é que a extrema maioria desses morros não possui trilhas ou cume aberto, e por mais que o indivíduo não seja do tipo que trilha em nome das selfies, o fato é que esse mar de morros, como já dito, não possuem áreas abertas nos cumes, que por serem as vezes extensos, também não ofereceriam uma boa perspectiva mesmo que seus fossem abertos por artificialmente, além de que eles também sempre estão na mesma média de altitude.
 Enquanto planejava o dia, percebi que um dos morros na extremidade do município de Penha, o ponto mais alto da cidade, estava com o cume com uma área descampada, forma que não costumava ser. Confirmei isso no histórico de imagens, e no Wikiloc confirmei que de fato havia sido aberto uma trilha e uma clareira no seu cume, batizado, não sei se antes ou depois, de Morro da Bandeira. A trilha parte de uma bifurcação no meio do caminho que leva até praias mais isoladas do outro lado deste morro.
 Quando chega-se na praia de São Miguel em Penha, basta ir até o canto da praia mais próxima do morro, e verá em direção dele o topo de uma capela. É a Capela de São Pedro, e basta seguir até o final de sua rua ao lado e virar na próxima rua á esquerda. No final, há um bar/lanchonete, com uma boa área de estacionamento no começo da trilha, marcada com plaquinhas. A trilha começa bem tranquila, além de ser bem aberta, demarcada (até demais), e razoavelmente frequentada nos finais de semana. Ela faz parte de uma rede de trilhas cuja outra ponta se situa na estrada que leva até a Praia Vermelha, e interliga pequenas praias um pouco mais isoladas da região, a Praia de Galheta, Galhetinha e a do Lucas, como também a Cachoeira da Praia Vermelha, e o próprio Morro da Bandeira. No ponto da bifurcação com a trilha do morro ela possui plaquinhas, e ali a subida torna-se um pouco mais íngreme, mas tolerável e com auxílio de cordas em trechos potencialmente escorregadios. Como Santa Catarina sofre periodicamente com fortes vendavais que causam muitos estragos nas áreas urbanas, esse tipo de local também é fortemente atingido, tendo diversas árvores caídas ao decorrer do percurso. Um tempo após a bifurcação, chega-se á uma pequena clareira ao lado esquerdo da trilha, com um mastro de bandeira derrubado, e alguns metros depois, uma clareira maior, com espaço para algumas barracas, mas quase nenhuma visão ao redor, apenas uma pequena janela para o mar. Imaginei que este seria o cume aberto que vi por satélite, mas ao levantar o drone, vi que ele estava um pouco mais adiante. Chegando lá, outro mastro com uma bandeira, este ainda de pé, mas com a bandeira reduzida á um trapo, coerente com o estado atual dela no meu imaginário com sua forma de uso nos últimos anos. Nestes dois mirantes, o destaque da vista é para as cidades de Navegantes, Itajaí e Balneário Camboriú, assim como parte de Penha.
































  Ao descer a trilha, fui em direção da Praia Vermelha, com o intuito de visitar a pequena Cachoeira da Praia Vermelha. Como já dito, a trilha em que eu estava também levava até ela mais adiante, mas para isso seria necessário descer da bifurcação até quase o nível do mar, para depois subir novamente e descer até o início da trilha. Em vez desse sobe e desce, optei por iniciar a trilha da forma mais tradicional, da Praia Vermelha, e retornar pelo trecho de trilha coberta que se inicia naquele ponto que citei antes. A praia é bonita mesmo que o dia não estivesse tão bem como o prometido. No canto direito está o caminho para a cachoeira, passando por um trecho de rochas entre ela e a Praia do Lucas, e posteriormente caminhando novamente sobre rochas até chegar em um ponto com uma flecha pintada na rocha, indicando o momento para adentrar para a direita. Nestas praias, o triste foi ver a quantidade de lixo que o mar devolveu até as rochas, principalmente após a Praia do Lucas. Não havia uma rocha sequer que não tivesse "restos humanos" presos ao seu redor.














 A trilha imediatamente passa á percorrer ao lado do rio que se inicia no colo ao lado do Morro da Bandeira até desembocar no mar, e deve-se seguir adiante por trechos com o auxílio de cordas (apenas para formar corrimões) até chegar á uma trilha larga com plaquinhas, onde segue-se o rio acima, também marcado, para chegar rapidamente até a pequena cachoeira. Com um poço abaixo dos joelhos e uma água bem limpa, a queda de água impressiona mais pela sua proximidade incomum do oceano do que pelo seu tamanho, mas não deixa de ser um local com uma sensação de "boas energias". Ao retornar para as plaquinhas logo abaixo, tomei a direção da trilha até o "portal norte" desta rede de trilhas, na já citada estrada de chão que leva até a Praia Vermelha, onde costuma-se ter um cuidador de carros já conhecido da região.
















 Mesma trip, próximo post: Pedra da Cadeia em Itapema e Pedra do Boneco em Tijuquinhas.