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Salto Bom Jardim - Morretes

Começo de ano, domingo prometendo altas temperaturas e clima estável em todo o sudeste paranaense, mas minha companheira, entediada, uma rara vez preferiu me acompanhar do que refrescar-se apenas em frente ao ventilador. A intenção era ir em duas cachoeiras conhecidas da região de Morretes, uma um tanto má frequentada - a Cachoeira Tombo de Água - e outra, um pouco mais limitada nos seus frequentadores, o Salto Bom Jardim. Acabara que no dia só fomos no Bom Jardim, mas isso porque sua beleza nos obrigou a passar o dia nele. 
 Sabia da existência de dois acessos para o Salto, um mais curto e que partia de uma propriedade ao leste do Salto, diretamente para uma trilha e que subia por um trecho menor a ferrovia para o norte, e outra pela Estrada da Estação, que parte da Igreja de São Sebastião em Porto de Cima, mais longa porém com desnível mais distribuído em sua extensão, e que ao chegar na ferrovia, segue-se ao sul por uma distância também maior que a outra rota. Nesta, a visão do imponente Marumbi agracia os que a escolhem.

Desfile de viaturas da Polícia Militar na frente da Igreja de São Sebastião














 Segundo os relatos, a estrada estaria ruim demais para veículos que não fossem altos ou 4x4, mas chegando lá, ficou evidente que ao menos naquele dia qualquer veículo poderia ir até a área estacionamento á beira da ferrovia, e isso fez a Fernanda querer me me matar afogado assim que chegássemos na cachoeira. O calor realmente judiava e realmente, caso eu soubesse que poderíamos ter feito esse trajeto de carro, poderíamos ter feito ainda mais que o Bom Jardim e o Tombo de Água naquele domingo. Seguimos a ferrovia a direita e em cerca de meia hora chegávamos a entrada da trilha á direita da ferrovia.











Entrada da trilha, ao lado da Ferrovia



 A trilha possui algumas bifurcações, mas que seguiam para direções próximas, e logo a frente se encontravam, sendo comum tomar caminhos diferentes na ida e na volta, mas que são sempre orientadas pelo rio á esquerda de quem sobe. Rapidamente chegávamos a parte inferior da extensa cachoeira, com um pequeno e raso poço que convidava ao banho para refrescar-me do intenso calor, enquanto a Fernanda, nada acostumada com águas geladas como aquelas, só descansava nas pedras ao redor. Já em seguida um grupo descia a trilha que levava ao topo da cachoeira e repetidamente diziam para que a gente não deixasse de conhecer a parte superior. Calcei a bota novamente e seguimos acima, onde o local era simplesmente um paraíso: De um lado, as árvores ao redor da cachoeira abriam uma janela para o céu e para os morros e vales ao nordeste, com um panelão de água que servia de banheira, e do outro lado, a cachoeira misturava a luz que vinha de entre as árvores acima, da sombra que seus paredões de pedra formavam, em um cenário apaixonante.

Parte inferior















 Ali passamos horas e horas entre banhos, petiscos e amassos até que o fim de domingo nos obrigasse a voltar para a civilização. A visita ao Salto Bom Jardim foi memorável e era hora de se aproveitar, afinal, os assaltos do pedágio da rodovia Curitiba-Paranaguá haviam dado trégua.