Pular para o conteúdo principal

South Trip II - Guarda do Embaú, Rosa, Urubici, Gramado, Canela, Blumenau e BC

 Começo de 2019 e tiro uma semana de férias por algumas cidades que eu ainda não conhecia, ou que já havia visitado um ano antes da "south trip" anterior. A primeira que durou 6 dias e passou por Balneário Camboriú, Florianópolis, Praia Grande/Cambará do Sul, Gramado e Canela e esta, agora acompanhado novamente e com um espírito diferente, durou de domingo a domingo e envolveria Balneário, Guarda do Embaú, Praia do Rosa, Urubici, Gramado, Canela, Blumenau e Gaspar.
 Todas as noites foram em quartos privativos em hostéis, garantindo um preço bom para não extrapolar na viagem, experiências diferentes e afinal de contas, eles são apenas para passar a noite. Não lembro o do qual fiquemos no primeiro dia em Balneário Camboriú, mas pertencia á um casal em que o senhor atuava como Jornalista e Colunista em um jornal da cidade, e me mostrou parte do seu trabalho. Lá curtimos a praia central e a de Laranjeiras onde a Fernanda possuía boas lembranças, e conheci também o Pico da Teta, morro com a aparência que faz jus á seu nome, como um seio siliconado que faz muita jus á cidade que se situa. O planeta as vezes parece prever o futuro.








 Entre Balneário e o próximo destino, nosso pernoite foi em um hostel um tanto suspeito em Palhoça, o "Hostel Canário". Como já estava tarde e sairíamos cedo, concordávamos que qualquer lugar no caminho servia, se fosse barato não importava. Mas uma coisa concordamos realmente: Aquele lugar foi o pior que já fiquemos. Era tudo estranho e fora do que costumamos ver em outros hosteis, muito abafado, barulhento, chuveiro ruim, e o sujeito que nos atendeu (parece ser uma empresa familiar) teve a audácia de cobrar 10 reais por uma garrafinha de água no meio da noite enquanto eu pingava suor, com aquele olhar de quem cobra de acordo com a situação e o carro do cliente. Essa garrafa custava 20% do que pagamos para dormir ali. Existe o bom e barato e existe o barato mas sacana. O bom disso é que a gente ri pra sempre depois. Ah, de desgosto eu não comprei a água. Preferia ter morrido e que os jornais vinculassem o preço da garrafinha do local (dramático)
Seguimos para lugar cujo nome na época vivia uma ascensão. Guarda do Embaú, e seu conhecido Vale da Utopia. Essa foi uma das vezes em que visitei esse Vale, sendo que em uma delas fui em busca da caverna do Sr. Vilmar, e que pretendo fazer um curto artigo sobre.

Quem poderia dizer que este lugar é tão ruim? (contém ironia)







Fotos do Vale da Utopia feitas pela colega Stephany Lorena, não encontrei fotos da ida para lá pela South Trip II

 De lá, seguimos no final de tarde até Garopaba para no dia seguinte conhecer outro nome popular no momento, a "Praia do Rosa", e como todas as outras hospedagens, fazíamos reserva durante a ida até o local, por não saber ao certo em qual cidade estaríamos passando cada uma das noites. E os únicos seres vivos do Guantanamera Hostel que falavam português eram nós. Passamos em um mercadinho perto e a da noite foi Nachos para combinar de vez.



 No dia seguinte descobrimos que a Praia do Rosa é apenas uma praia com um boom imobiliário hippie. Curtimos a praia e no meio da tarde digo pra Fernanda que a onda de praia acaba no terceiro dia e agora é hora de subir a serra. Como para ela viagem tem a ver com praia, saiu arrastada do local. 
 Chegando em Urubici, a cidade tem muito, mas dia temos apenas um. Não pudemos ir no popular Mirante da Pedra Furada porque aparentemente é um local que pertence ao exército e eles não permitiam a entrada quartas-feiras. Locais como o Campo dos Padres, Cânion Espraiado ou o Morro Boa Vista (ponto mais alto de SC) estavam fora de cogitação por fatores como tempo, clima, equipamento e veículo, e pelos planos, o Morro do Campestre ia ficar para uma próxima visita. Ainda assim, no dia em que estivemos lá, conhecemos a Cachoeira do Avencal, o centro e o mirante da cidade, as pinturas rupestres, a Gruta Nossa Senhora de Lourdes, a Cachoeira da Noiva, praticamos tirolesa, e também fomos na Serra do Corvo Branco. 







Gruta Nossa Senhora de Lourdes


Cachoeira Véu de Noiva




Serra do Corvo Branco. A estrada fez esse carro chorar.






Cascata do Avencal

Saudação nazista, típica entre alguns habitantes do estado (contém ironia, ela não estava fazendo isso)






Alguém á pelo menos 4 mil anos, com muito tempo livre, e que nada impede que tenha sido um pichador da época, fez sua arte para que milênios depois outras pessoas ganhassem 5 reais por pessoa com isso. Eu tinha que estar lá para ver. Tem mais contexto do que cobrar 10 reais em uma garrafa de água.
 
 No final do dia, hora de seguir viagem mais para o sul e o caminho passa por Bom Jardim da Serra, onde a Cascata da Barrinha á beira da rodovia e a famosa Serra do Rio do Rastro estavam no roteiro. Como eu já havia visto a serra um ano atrás, seria algo para a Fernanda conhecer, embora a densidade insana da neblina fez ela ver bulhufas e a descida ter um pouco mais de tensão do que normalmente já tem.





Serra do Rio do Rastro durante South Trip I

 Viagem longa dali em diante até voltar para a 101, subir a Rota do Sol já no Rio Grande do Sul e ir em direção á Gramado. Segundo o Google Maps, são 5:10 de viagem dos quais no máximo 10 minutos a Fernanda passou acordada. 








 
 Chegando em Gramado, a cidade e sua estrutura permite locais mais sofisticados por um precinho interessante. Infelizmente não consegui vaga no mesmo lugar da primeira vez que era ainda melhor, mas fiquemos em um quarto compartilhado de hostel bacana por cerca de uns 100 reais, se não me falhe a memória. Como nós nunca havíamos comido Fondue, e os restaurantes da cidade duelam noite após noite pelo melhor Fondue e preço em algumas ruas, logo escolhemos e saímos de lá pesando o dobro do que entramos.







 No dia seguinte, mal começávamos á caminhar quando a Fer falou "poxa, bem que aqui podia ter aluguel de bikes, igual Balneário" e no segundo seguinte olhamos para o lado e vemos uma loja de roupas com duas bicicletas na frente escrito "use, é grátis". 



 Vamos até o tal de "Mini-Mundo", local que eu não havia dado importância da primeira vez que estive sozinho em Gramado, mas que dessa vez percebi que vale cada centavo da entrada. É um trabalho completamente surreal, e que pelas constantes mudanças na estrutura e até nas histórias que se passam dentro desse "universo", deve valer a ida cada vez.




















A chance de não haver algum entusiasta automotivo envolvido no projeto é nulo.



Um giro no Parque Lagoa Negra para fechar a manhã.

 Quem já foi para Gramado provavelmente sabe que a cidade possui uma rede de atrações interligadas em que não é as vezes vantajoso ir em duas ou três delas, mas sim comprar um vale que permite acesso para todos eles. Não é barato, mas são parte de conhecer a cidade. O barato em Gramado existe, mas não quer dizer que você consegue sair sem gastar. Mas a questão dessa viagem, como qualquer outra minha, não é necessariamente ser low-cost, mas que para tudo se gaste o seu devido valor e não além disso. A ostentação e o perrengue são extremos que na mesma viagem só á tornam ainda mais inesquecíveis. 




































 Foi um dia para ninguém botar defeito, á não ser sedentários. Percorremos grande parte da cidade de bicicleta de manhã, passando pela "rua coberta" á "rua torta", Igreja do Relógio, Paróquia de São Pedro, Igreja de Canela, Mini-mundo, Lago Negro, Museu de Cera, Museu de Esportivos e Museu de Carros antigos, Parque dos dinossauros (estes últimos 4 fazem parte do já citado pacote, que inclui na verdade 5 atrações, que faltou ir apenas na atração de motocicletas), Cascata do Caracol, Fábrica de Cristais, além das lojas que passamos. Isso tudo para, sem descanço, pegar a estrada por quatro horas e dormir no pior motel do mundo em Tubarão-SC. Esse motel tem um contexto desde a minha South Trip anterior e como a cidade sequer possuía algum hostel, ela fez questão de passar a noite comigo nesse motel brega e quase mal assombrado. Nossas viagens só fazem sentido para nós. 
 No dia seguinte, o calor derretia o asfalto mas praia não era uma opção. Cascanéia em Gaspar era um lugar da onde nunca havíamos ido juntos e eu não ia á mais de 5 anos, então foi de cara a nossa opção. Curtimos até dizer chega e a cidade vizinha Blumenau puxou nosso olhar. Após uma exaustiva caça por um lugar para dormir que foi mais cansativa do que tudo oque havíamos feito na viagem até então, jogamos nossas malas dentro do lugar escolhido e logo partimos para ela tomar um Chopp de vinho na vila germânica enquanto eu mato a fome.





Essa coçada no suvaco eu só fui perceber hoje, quase 3 anos depois da viagem.

 No dia seguinte, acordamos mais tarde de forma completamente merecida e na estrada sentido Paraná resolvemos que merecíamos comer em uma Churrascaria pelo menos uma vez na viagem, causando um enorme prejuízo ao coitado do empresário. Quando nos aproximávamos de Joinville a ideia era subir a Serra Dona Francisca e fazer a trilha do Castelo dos Bugres, e chegamos até á sair da 101 em direção á ele, onde o clima começava á fechar, e quando nossos amigos marcavam um churrasco de última hora em sua casa, não deu outra, South Trip II encerrada, por enquanto minha maior viagem de carro.

Fazia 12 por litro na estrada. Mas hoje teria que fazer 30 pra compensar essa gasolina cara do caralho!