Enquanto eu ia para o Castelo dos Bugres, a montanha á esquerda do caminho saltou os olhos. Seu visível ganho de altimetria rápido parecia um desafio e a questão era qual seria seu nome e se haveria trilha para seu cume. Passei o scanner e logo descubro que aquele é o Morro da Tromba e já entrou para minha lista de afazeres. Em outubro fui mas não foi possível subir a montanha pois o dono da propriedade não apareceu para me permitir o acesso, e mais tarde descobri que na rua ao lado a trilha também podia ser acessada. Então convido um colega e no dia 1 de dezembro de 2019 vamos cumprir a missão.
Altitude: 967 metros
Altitude da base: Aproximadamente 110 metros
Distância da trilha: Não tenho mais esses dados, tracklogs mais recentes citam 5.5km (ida e volta)
Duração (variável): Não tenho mais esses dados, tracklogs mais recentes citam cerca de 2:30 e 3 horas, sem cargueira
Pontos de água: Há informações sobre um ponto de água na metade do caminho até o cume, mas eu particularmente não me recordo. Mesmo existindo, considere que pode estar com pouca água, então leve o suficiente para a ida e volta
Localidade: Joinville, Serra do Tromba, Parque Municipal Rolf Colin. Antes o proprietário da área ao final da estrada Francisco Antônio Fleith permitia acesso, mas segundo tracklogs mais recentes, não está mais sendo permitido. Agora é recomendada uma entrada um pouco antes, á esquerda logo antes da última curva mais acentuada, 1.45km após sair da Rua Dona Francisca.
Dificuldades: Médio/Difícil, ganho de altitude considerável em um trecho não muito longo, especialmente ao final da trilha, onde se torna cansativo, ainda mais possuindo partes que são completamente saboneteiras. Trilha razoavelmente demarcada na época, mas que possui risco considerável de cobras, especialmente em épocas mais quentes. Risco de assaltos baixa. Cordas em um trecho da trilha com um pouco de exposição á quedas.
Chego quase no fim da Estrada Francisco Antônio Fleith e me informo com alguns moradores que passavam um domingo sentados na varanda, e um deles se identificou como proprietário da área mais a frente onde a trilha pode ser acessada, e vendo nosso jeito de nóias, rapidamente permitiu o nosso acesso. Era um tempo que eu ainda acreditava que o caminho era simplesmente identificado chegando no local e não fazia questão de assinar um Wikiloc Premium ou de outra forma de seguir tracklogs em campo, oque no final sempre tinha um custo. E aqui já começou pelo fato de ir por um caminho que chega até a propriedade que provavelmente é o da outra rua. Como eu tinha um print do tracklog identifiquei pela foto de satélite que a trilha continuava bem aos fundos dessa propriedade, então cortei caminho e com um pouco de dificuldade passemos por uma mata fechada com uma leve aparência de ser um caminho. Depois de um tempo chegamos á um caminho mais aberto o qual identificamos ser a trilha correta. Seguimos e depois de um tempo vimos que passamos por um caminho bem aberto á nossa direita mas que retornava quase para a direção da qual vínhamos, então resolvemos seguir adiante primeiro para ter certeza, e logo a mata fechava ficava certo de que aquele deveria ser o caminho. Seguimos aquela trilha e em certo ponto a mata ficava quase instransponível. Mas tínhamos que chegar mais adiante até uma parte em que a imagem por satélite mostrava um pequeno quadrado de vegetação mais clara, e fomos cortando caminho com dificuldade até que chegamos no tal local. Ali a trilha ficava evidente em uma janela de mata mais baixa e aberta e percebi que dali á direita, em direção á primeira propriedade da qual vínhamos, havia uma trilha mais bem demarcada. Á subida era á esquerda e dali em diante era praticamente uma linha reta até o cume, com uma subida constante e um tanto cansativa, seja pelo solo na época as vezes coberto de folhas e um pouco úmido que tornava-o escorregadio, tanto pelo subida sem tréguas. Alguns pontos com corda ajudavam á costear alguns trechos com um pouco de exposição á quedas, e também, logo no começo dessa subida havia uma grande árvore que chamava muita atenção, mas que só fomos perceber durante a descida. Enfim chegamos ao cume do morro, onde a visão era muito boa mas limitada ao nordeste. Lembro que um tracklog citava sobre um caminho bem fechado que levava á uma janela na face oposta, mas por não ter identificado esse caminho e por ter chuva chegando, resolvemos ir morro abaixo. O céu rapidamente escurecia enquanto as trovoadas começavam á ecoar e logo já estávamos ensopados. Ao chegar naquela área aberta decidimos seguir reto e não pelo caminho que usamos para subir, e a trilha se mostra bem aberta e tranquila dali em diante. Saímos em alguns trechos de estradas de chão bem encharcadas das quais outras saíam, estradas essas que por satélite não são visíveis por serem encobertas pela vegetação. Acabamos saindo próximo á propriedade inicial e por sorte tínhamos roupas extras no carro.
Para resumir: Existem duas trilhas que chegam ao topo do morro, e aparentemente em ambas até hoje é necessário autorização de algum proprietário para acessar as trilhas. Á julgar pelas tracklogs mais recentes no Wikiloc, mesmo a trilha que usamos para subir parece estar mais consolidada e o trecho que acabamos pegando errado, seja por erro nosso ou não, parece estar mais bem acertada. É uma montanha que acabou entrando na mira de alguns montanhistas durante o fechamento de alguns parques estaduais em 2020 e por isso o número de registros nesse local melhorou. Eu acabei perdendo o registro do tempo que levamos para subi-la, mas deve ter levado cerca de 3 horas, mas não é de grande valia já que tomamos caminhos inadequados mais de uma vez. Por fim, recomendo que seja utilizado o caminho que vai pela Estrada Francisco Antônio Fleith, tanto porque por ali que obtive acesso, e um retorno mais favorável, tanto porque no próprio Wikiloc consta mais acessos por ali do que pelo outro lado. Porém, como já dito no começo deste artigo, segundo relatos o proprietário não está mais permitindo o acesso como antes, sendo necessário o acesso por uma trilha que se inicia na mesma estrada, porém no mato á esquerda logo antes da última curva mais acentuada, 1.45km após sair da Rua Dona Francisca.